A primeira biblioteca
Estava no início da adolescência e tinha acabado de entrar em um novo colégio, maior que os anteriores e com uma estrutura bem melhor. Não demorou muito para que a biblioteca se tornasse o meu lugar favorito. É a primeira memória que tenho de um local com uma boa quantidade de livros capaz de me entreter o ano inteiro, inclusive nos fins de semana. Hora do recreio e lá estava eu, renovando um daqueles paradidáticos da série Vaga-Lume ou buscando novos para ler.
Por mais que tenha tido a oportunidade de conhecer, anos mais tarde, bibliotecas incríveis, a da minha escola ainda me parece mais valiosa e querida do que qualquer outra. Era um lugar onde ia quase que diariamente. Onde eu me sentia muito eu, buscando mais e mais histórias de aventuras... Bibliotecas são, certamente, mais que um estoque de livros. São lugares em que a gente encontra conhecidos, faz amigos, fica à vontade entre nossas estantes e prateleiras favoritas, bate um papo descontraído com o(a)s bibliotecario(a)s e, no fim, sempre levar pra casa um tesouro que, se bem conservado, é capaz de enriquecer várias pessoas, por muitos e muitos anos.
Hoje, guardo na memória apenas uma visão geral daquele local, sem muitos detalhes. Não era um tempo de fotos instantâneas e até mesmo uma máquina fotográfica analógica tinha um preço pouco acessível. Costumávamos fotografar e revelar somente imagens de ocasiões consideradas especiais e fico um pouco triste de não ter entendido o quão importante para minha formação como pessoa era aquele lugar a ponto de merecer um registro. Se você tem por aí por perto esse cantinho, ainda hoje, não custa registrar. Tenho certeza que é uma das lembranças mais queridas que um leitor pode ter.
Por hora, fico com a imagem de umas dessas bibliotecas incríveis e gigantescas que conheci pela vida. Maravilhosa, de verdade e, com certeza, a preferida de alguém, pelo convívio diário, pelos passos e sorrisos deixados pelos corredores ao encontrar livros tão desejados.
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